Nossos alunos tiveram um momento diferenciado nesta sexta(15), quando participaram de um ato religioso, sendo levados a refletirem sobre o valor da vida e a importância de preservar o meio ambiente. Tudo aconteceu durante a realização de uma via sacra, os alunos percorreram a escola, com paradas nas estações que representavam os últimos momentos de Jesus Cristo em meio a humanidade. A cada parada era momento de refletir sobre o nosso papel enquanto ser humano e nossas responsabilidades pela vida no planeta. O momento marca o fim da quaresma, que é vivenciado pelos cristãos neste período do ano.
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Alunos acompanham a via sacra |
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Ultima estação: Após a prece final a confraternização de todos os participantes |
O QUE É VIA-SACRA?
Realizada durante a Semana Santa, a via-sacra é um ato litúrgico celebrado pela Igreja Católica para relembrar a paixão e morte de Cristo. Durante a cerimônia, enquanto o sacerdote lê trechos dos Evangelhos, os católicos meditam diante de uma série de quadros que representam as principais cenas da saga de Jesus. Existem variações para a realização do ritual. Em algumas paróquias, em vez de os fiéis contemplarem imagens, eles assistem a encenações, como num teatro, que dão vida aos eventos.
Seja como for, o objetivo é um só: valorizar as ações de Cristo e reconhecer a presença de Deus mesmo na dor e no sofrimento. "A viacra não é apenas uma forma de olhar para o passado. É preciso aplicar sua lição nos dias de hoje", afirma o monsenhor Dario Bevilacqua, porta-voz da Arquidiocese de São Paulo.
"A cerimônia é um momento em que os fiéis refletem sobre questões atuais, como a importância da água, tema da Campanha da Fraternidade deste ano", afIrma o teólogo José Bizon, do Centro Universitário Assunção, em São Paulo.
A descrição do martírio de Cristo por meio de imagens surgiu durante a Idade Média, quando a catequese se dirigia, em grande parte, a analfabetos. Para que os fiéis que não sabiam ler compreendessem a plenitude de significados da vida do messias, a Igreja decidiu apresentá-la de forma visual.
Esses quadros - ou estações, como são chamados - contam a trajetória de Jesus desde o momento o costume de narrar a paixão de Cristo por meio de quadros surgiu para que os analfabetos compreendessem o significado do martírio de Jesus em que foi condenado por Pilatos até o calvário. Aparecem em seqüência: a condenação, Jesus carregando a cruz, o encontro com Maria, a ajuda que recebeu de Simão Cirineu, as três vezes em que caiu, o consolo às mulheres de Israel, a ocasião em que Verônica enxugou seu rosto, o momento em que foi despido, sua crucificação, morte, a descida da cruz e, por fim, seu sepultamento.
Diferentemente das demais estações, contudo, as que retratam as quedas e o encontro com Verônica não estão relatados nos Evangelhos - foram eventos agregados à história graças ao folclore popular e, daí, perpetuaram-se.
Na verdade, o número de cenas variou muito até que, no século 18, a Igreja determinou quais seriam as 14 que comporiam a via-sacra. "Os responsáveis pela lista foram os papas Bento XlV e Clemente XlI", diz o teólogo Fernando Altmeyer, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo. Somente dois séculos depois, o Vaticano incluiu a 15ª estação. "O mistério da fé cristã é a ressurreição. Por isso, a última estação foi incluída para simbolizar que a morte não é o fim de tudo", diz o padre e teólogo José Roberto Develar, da PUC do Rio de Janeiro.
Originalmente, a via-sacra - caminho sagrado, em latim - só ocorria em Jerusalém, para onde os cristãos peregrinavam para fazer o trajeto percorrido por Jesus. Tais viagens começaram em 313, quando o imperador Constantino converteu-se ao Cristianismo. Até então perseguidos pelo Império Romano, os fiéis puderam, enfim, visitar a cidade sagrada para celebrar a memória de Cristo. Mas a prática só espalhou-se pelo mundo católico a partir do século 15. "Na época, os franciscanos guardavam os lugares sagrados de Jerusalém e, sabendo que nem todos os fiéis podiam ir até lá, propuseram que a cerimônia fosse realiizada nas igrejas locais", diz Fernando.
Monique dos Anjos - Revista das Religiões
O QUE QUER DIZER "QUARESMA"?
A palavra Quaresma vem do Latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a Ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa. Esta prática data desde o século IV.
A Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira santa com a Missa da Santa Ceia, exclusive, isto é, termina antes da Missa da Ceia, ao anoitecer. Com a Celebração da Missa também chamada de Missa da Instituição da Eucaristia (ou Missa do Lava Pés), inicia-se o Triduo Pascal. Como o periodo da Quaresmas os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal.
O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais. Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir.
A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa penitência e conversão.
Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.