quinta-feira, 21 de julho de 2011

Educação ganha força com parceria


Parceria ganha força após formalização assinada ontem (IANA SOARES)
Parceria ganha força após formalização assinada ontem (IANA SOARES)
O projeto “Eu Sou Cidadão – Amigos da Leitura” segue firme por quase uma década. Já estimulava um total de 1.500 crianças e adolescentes com a formação de crianças e adolescentes através da leitura. Mas as primeiras-damas e outras mulheres que realizam o trabalho queriam mais. Assim, foi oficializada ontem, 19, a parceria de cooperação entre a Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Ceará (APDMC) e a Fundação Demócrito Rocha (FDR).

O convênio já funciona há quase 10 anos. A oficialização deve, agora, ampliar o grau de alcance do projeto. A presidente da FDR e do Grupo de Comunicação O POVO, jornalista Luciana Dummar, propôs a participação para além da editora de livros. Quer que o Jornal do Leitor, caderno semanal do O POVO, passe a publicar artigos das crianças e adolescentes atendidas pelo projeto.

“O Eu Sou Cidadão já alcança 94 municípios, atende a 1.500 jovens, mas precisamos ir além. A participação do jornal vai estimular o projeto”, aponta Luciana. A presidente destaca a contribuição do Grupo de Comunicação O POVO para projetos que desenvolvem o ensino e a cultura. “O exemplo disso é o projeto O POVO na Educação, que trabalha com a formação cidadã”, pontua.

A parceria funciona da seguinte forma: a FDR convida autores para que eles conversem com o público do projeto, jovens de 10 a 14 anos sobre o seu cotidiano. A partir dessa interação, nomes como Ângela Escudeiro e Tércia Montenegro elaboram histórias de ficção mais próximas da vida dos jovens. Os livros são doados à Associação, que promove encontros de leitura, discussões, peças teatrais, contação de histórias e outras iniciativas.

“O projeto não é somente de formação de leitores. É de capacitação de cidadãos. Porque faz parte de um determinado tempo na vida da criança e do adolescente. As contribuições é que permanecem”, afirma a presidente da APDMC, Célia Costa, primeira-dama de Limoeiro do Norte.

Nove anos de atuaçãoAo longo de nove anos, foram distribuídos mais de 90 mil livros destinados a um público de leitores entre 10 e 15 anos. Muito mais que a entrega de histórias para jovens, o trabalho estimula que a família e a comunidade participem do projeto.

De acordo com Amélia Prudente, assessora técnica da APDMC, muitos pais analfabetos se sentem estimulados de buscar o estudo após ver o filho interessado na leitura. “O trabalho que realizamos não se restringe somente à criança. Ele alcança a família e a comunidade toda”, conta.


ENTENDA A NOTÍCIA
O projeto “Eu Sou Cidadão – Amigos da Leitura” incentiva a leitura como instrumento de promoção da formação cidadã de crianças e adolescentes em 94 municípios do Ceará. O atendimento é feito a 1.500 jovens, entre 10 e 14 anos.

SAIBA MAIS

Cada um dos 94 municípios atendidos pelo projeto “Eu Sou Cidadão – Amigos da Leitura” atende um público médio de 15 crianças e adolescentes com idades variando entre 10 e 14 anos.

A Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Ceará funcionava como Associação das Primeiras Damas do Ceará.

Cada ano o projeto lança livros com temáticas diferentes. Ao todo, 10 edições foram lançadas.

Cada criança ou adolescente é chamado de Amigo da Leitura Colaborador e recebe três livros para serem emprestados aos colegas.

LIVROS LANÇADOS PELO PROJETO

Marias e Fulaninho, de Ângela Escudeiro, sobre os direitos e deveres previstos no ECA;

A história inacabada de Maria Rapunzel de Júlio Lira, aborda o cárcere privado;

Telma e Heloísa, de Antônio Loureiro, sobre gravidez na adolescência;

Vendo o mundo de ponta cabeça, de Maria Auxiliadora Garcia, sobre questões de gênero;

Vó tem cada uma, de Adriana Alcântara, sobre o respeitos ao idoso;

Você viu a Rosinha, de Célia Chaves Gurgel do Amaral, sobre o trabalho infantil;

Um pequeno gesto, de Tércia Montenegro, sobre a preservação do Patrimônio Público;

Uma história diferente, de Arlene Holanda, sobre o respeito às diferenças;

A bola da vez, de Raymundo Netto, sobre a importância do esporte;

Caixinha de memória, de Arlene Holanda, sobre o resgate da cultura e do Patrimônio Histórico;

O mistério da professora Julieta, de Socorro Acioli, sobre o prazer da leitura.

terça-feira, 5 de julho de 2011

PREPARAR PARA A DESPEDIDA!

Na despedida das aulas nossos alunos deram um show de alegria, envolvidos pelo clima junino eles junto aos seus familiares transformaram a escola num verdadeiro arraiá.
A alegria contagiante em que se transformou o momento nos deu a certeza de que a escola é, e sempre será uma ferramenta essencial na formação de pessoas melhores.

MOMENTOS!

Grande roda...a caminho da roça...eita que festança!

 
Eita casal xonado
Nossa 2ª série foi só alegria!
Eita que na 3ª série só tem puxador de fole dos bons!
A 4ª série também se animou com tanta festa!
Essa turma dançou muito e agora deu uma paradinha para foto!
  

Turminha do pré I, paradinha para foto, mas na verdade eles queriam era dançar
Essa turma foi uma das mais animadas, também com tantos sanfoneiros, só podia ser assim!
Riquelme e Glenda, que belo casal!
Adriele e Kaic deram um show a parte!

QUEM LER, COMPRA MAIS!

Alunos aguardam anciosos o momento de gastarem os seus escolares!
Dentro do projeto “Quanto vale a sua leitura” nossa escola realizou a sua primeira feira escolar, quando nossos alunos de posse dos seus “escolares”, moeda que receberam como recompensa por sua leitura seu primeiro e compreensão de livros, eles fizeram a festa e compraram tudo que viam pela frente. O momento serviu para incentivar para que eles possam cada vez mais ler livros e juntar mais e mais escolares, aguardando ansiosos por mais uma feira.
É hora de olhar o produto e ver quanto tem para gastar
Tio Jorge e Tia Ranny ao lado das alunas da 3ª série, Danielle e Jamile que fizeram a festa com seus escolares...
Tia Adriana com seus alunos da 2ª série, todo mundo comprou tudo que viu pela frente. 

PAIC: FAMILIA E ESCOLA

As mães acompanharam atentamente a explanação das informações contidas na coleção Familia e Escola
Nossa escola realizou no último dia 28 a sua reunião da família com os pais dos alunos da 2ª série, a atividade faz parte da programação do PAIC(Programa Alfabetização na Idade Certa). O Momento serviu para apresentação do material da coleção “Familia e Escola” entitulado “A Escola e a família em parceria”, que visa orientar aos pais sobre a importância do acompanhamento de seus filhos durante a vida escolar para que este possa ter sucesso.
Momento de explicar a importancia da familia para o sucesso do aluno na escola

domingo, 3 de julho de 2011

Uma fonte de leitura prazerosa

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Pode-se dizer que a Literatura infantil está intimamente ligada à escola. Pois tais obras surgiram na França, nos séculos XVII e XVIII, com a Revolução Industrial, a decadência do Feudalismo e o fortalecimento da burguesia por meio de instituições como a família e a escola. Perrot, (1991) ressalta que: (Texto IV)
O papel escolar
A escola é de suma importância para a Literatura infantil, porque é o agente ideal para a formação cultural do indivíduo, é o espaço privilegiado onde deverão ser lançados desafios que abrirão caminhos na mente humana rumo à aprendizagem. A escola deve ter como objetivo formar cidadãos críticos, com opiniões próprias e força de caráter. Isso, em grande parte, se dá com a leitura.
A leitura é um instrumento valioso para a apropriação de conhecimentos relativos ao mundo exterior, amplia e aprimora o vocabulário e contribui para o desenvolvimento de um pensamento crítico e reflexivo, uma vez que possibilita o contato com diferentes ideias e experiências. Sua prática traz consequências maravilhosas, os conhecimentos de mundo se ampliam prazerosamente, e não ocorrem por imposição. Através da leitura o aluno pode desvendar a existência ao seu redor, e, ao romper seu horizonte de expectativas, amplia seu universo de entendimento. O estudo literário transmitido na escola é o mais completo no estímulo do exercício da mente, na percepção do real, na consciência do mundo, no próprio estudo e conhecimento da língua e expressão verbal. O professor deve desempenhar o papel mediador no processo de leitura e escrita, promovendo a contextualização da língua em seu uso através da escrita. A leitura deve, portanto, ter uma grande participação na compreensão da gramática, sem, no entanto, depender tão-somente da nomenclatura.
O mediador
O professor que trabalha com Literatura infantil deve ter em mente o seu papel de estimulador, orientador e mediador entre o aluno e a Literatura que será o meio de acesso para o conhecimento e o mundo da cultura, que caracteriza a sociedade em que vive.
Para que a Literatura infantil consiga de fato trazer benefícios para o desenvolvimento cognitivo e à aprendizagem do aluno, faz-se necessário, entre outros fatores, que o professor faça a correta adequação do livro às necessidades e interesses da criança, de acordo com a etapa do desenvolvimento em que se encontra. O educador deve estar consciente de que a criança é um aprendiz e busca, em sua interação com o mundo, internalizar sua cultura, ora por repetição da tradição familiar, ora pelos valores e ideais impostos pela sociedade. Nesse contexto é que se firma o lugar que a escola representa na concepção de literatura. ZILBERMAN & LAJOLO (1985) afirmam que: (Texto V)
Entretanto a prática de leitura promovida pela escola pouco contribui para a formação de leitores competentes. Há evidências de que professores de Língua Portuguesa enfatizam o estudo da nomenclatura gramatical, através de exercícios mecanicistas, nos quais a reflexão e a interação aluno-professor e aluno-aluno é pouco expressiva. A leitura deve, portanto, ter uma grande participação na compreensão da gramática, sem, no entanto, depender da nomenclatura.

A formação dos leitores
Os contos de fadas têm uma importância fundamental no desenvolvimento infantil, para seu amadurecimento intelectual e emotivo, porque servem de veículo ao pequeno leitor, de conteúdos e substratos da psique humana que se encontram arraigados dentro de sua própria psique; contribuem decisivamente para introdução das crianças no universo da linguagem e da escrita por meio do ato de contar, de ouvir, de ler histórias, porque tem correspondência com a linguagem que praticam no cotidiano.

As visões
Antunes (2003, p. 64-67), argumenta que não é possível dissociar aprendizagem da leitura e aprendizagem da escrita, porque são atividades de interação que se complementam, portanto uma prática social. Isso significa que compete ao professor possibilitar ao aluno a escrita de textos para diferentes interlocutores, com objetivos diferentes, organizados nos mais diversos gêneros, para circularem em variados espaços sociais, de maneira adequada à situação em que se insere o evento comunicativo.
Os PCNs de Língua Portuguesa (1998, p. 24) sugerem que os textos selecionados para uso didático sejam aqueles que favoreçam a reflexão crítica, o exercício de formas de pensamentos mais elaboradas e abstratas, bem como a fruição estética dos usos artísticos da linguagem em sua plenitude.
A literatura infantil, na sociedade em constante mutação, serve como agente de formação/transformação; configura-se como um conjunto de manifestações e de atividades que têm como base a palavra artística e/ou a ilustração artística que interessa à criança. Os contos de fadas como narrativa de caráter alegórico cumprem uma função social de extrema importância, à medida que ajuda a criança não só a enfrentar o seu próprio mundo sem traumas, como também a ajuda a expandir o imaginário. O interesse, provocado no receptor, está no aspecto de liberdade e na aceitação voluntária de elementos que, também, usará livremente para a construção de sua própria consciência. Zilberman & Lajolo (1985) ressaltam que: (Texto VI)

Considerações finais
É tarefa da Literatura promover ao individuo subsídios que o faça espelhar-se, para que seja capaz de resolver seus conflitos, os quais muitas vezes não conseguem entender; essa luta para a criança é feita através do pensamento mágico contido nos contos de fadas. As propostas de leitura da Literatura infantil, em sala de aula, defendem a necessidade de a comunicação literária pautar-se pelo prazer de ler e pela interação afetiva do leitor com o texto, pela manutenção do encantamento por aquilo que é contado que acarreta a transposição do mundo real para o mundo da imaginação.
Em contrapartida, a nova roupagem dada à literatura contemporânea, não mais se preocupa em buscar atender aos anseios infantis, busca atender às necessidades da sociedade atual, visto que o discurso assumido agora reflete uma preocupação em construir uma imagem de criança não voltada para o prazer, mas para o útil, com apelo especial para a formação de um futuro adulto. A tendência hoje é localizar a carência infantil e influenciá-la com uma história que vá direto ao ponto.
Compete ao professor adequar-se às mudanças e instigar o interesse das crianças pelo universo maravilhoso dos contos de fadas, entretanto, para que isso ocorra, faz-se necessário que ele seja um leitor proficiente e alimente aproximar ao máximo o texto literário e o cotidiano de seus alunos; faz-se necessário que ele seja literariamente letrado e forme cidadãos letrados, que ele assuma a Literatura como parte de sua vida, como uma constante em seu cotidiano.

Trechos
TEXTO IV
A família é a garantia da moralidade natural. Funda-se sobre o casamento monogâmico, estabelecido por acordo mútuo; as paixões são contingentes, e até perigosas; o melhor casamento é o casamento "arranjado" ao qual se sucede a afeição, e não vice-versa. A família é uma construção racional e voluntária, unida por fortes laços espirituais, por exemplo, a memória e materiais. O patrimônio é, a um só tempo, necessidade econômica e afirmação simbólica. A família "objeto de devoção para os membros", é um ser moral: Uma única pessoa cujos membros são acidentes. (p. 94)

TEXTO V
A justificativa que legitima o uso do livro na escola nasce, pois, de um lado, da relação que estabelece com seu leitor, convertendo-o num ser crítico perante sua circunstância: e, de outro, do papel transformador que pode exercer dentro do ensino, trazendo-o para a realidade do estudante (p.25).

TEXTO VI
A literatura infantil, nesta medida, é levada a realizar sua função formadora, que não se confunde com uma missão pedagógica. Com efeito, ela dá conta de uma tarefa a que está voltada toda a cultura - a de conhecimento do mundo e do ser (p.25).

Saiba mais
COHEN, J. Estrutura da linguagem poética. São Paulo, Cultrix: EDUSP, 1974.

LINHARES FILHO, José. No limiar dos invernos. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2010.

MARQUES, Rodrigo. O livro de Marta. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2011.

MEIA-TIGELA, Poeta de. Concerto nº1nico em mim maior para palavra e orquestra. Poema. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2010.

PINHO, Barros. 70 poemas para orvalhar o outono. Fortaleza: Premius, 2010.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

PAIC: Nova visão e projetos melhoraram resultados

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O Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic) foi um dos responsáveis pelos índices
FOTO: ADRIANA PIMENTEL (05/12/2008)
O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação no Ceará (Undime-CE), Elício Cavalcante Abreu, acredita que nos últimos anos, tanto houve uma relação mais estreita da Secretaria da Educação do Estado (Seduc) com os órgãos municipais, como um envolvimento maior de diretores, professores e familiares no processo de alfabetização. Além do Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic), uma lei que vincula o rateio do ICMS ao crescimento dos índices de alfabetização incentivou a educação. Quem cresce mais, ganha mais recursos.
O comprometimento de todos os gestores e a capacidade de acompanhar o mais próximo possível professores e estudantes também foram apontados como fator de crescimento diz a doutora em Educação, Maria Elenira Teixeira.

Iniciativas
Ainda segundo o estudo, um dos resultados mais visíveis é a redução significante do número de municípios que apresentaram taxa de analfabetismo superior a 35%. Em 2000, eram 128 nessa situação, sendo o pior indicador de, aproximadamente, 50% em Granja. Em 2010, a quantidade de municípios classificados com taxa de analfabetismo neste patamar caiu para apenas dez, onde o pior indicador era de 39% (Salitre).
Claudia Sales, orientadora da Célula de Programas e Projetos Federais da Seduc, afirma que o governo reconhece que ainda é necessário oferecer condições para que todos os cearenses conquistem a sua cidadania, apesar da redução da taxa de analfabetismo, e entende que é imprescindível assegurar a essa população uma educação de qualidade em todas as modalidades de ensino.
Claudia Sales comenta que um dos programas implantados na área de educação no Ceará que interferiu na melhora dos índices é o Brasil Alfabetizado (PBA), em parceria entre os governos federal, estadual e municipais. A iniciativa vem sendo praticada nos 184 municípios cearenses, com o objetivo de alfabetizar jovens e adultos de comunidades rurais, das periferias e centros urbanos.
"Essa redução na taxa de analfabetismo, ao longo do tempo, representa um grande avanço em termos de inclusão social para toda a sociedade cearense. Através de programas como esse, é possível se investir na formação dos alfabetizadores, na aquisição de materiais didáticos e pedagógicos e em ações para a prática da cidadania", enfatiza Claudia Sales.

Insignificância
Apesar dos números revelados pelo Ipece serem considerados, relativamente positivos, a mestre e doutoranda em Educação e professora da Universidade de Fortaleza (Unifor), Xênia Diógenes Benfatti, explica que se analisados dentro de uma perspectiva que envolve um grande número de ações e de políticas os dados referentes à redução são considerados insignificantes. "Temos uma enorme quantidade de programas criados para a redução e erradicação do analfabetismo e em dez anos conseguimos apenas este resultado. Estamos longe de onde deveríamos estar", comenta a especialista.
Para Xênia Diógenes, as iniciativas atuais devem ser revistas e praticadas de uma forma integrada e continuada, revendo os currículos do ensino destinado a jovens e adultos. "Se as ações estão dando esse resultado, precisamos voltar para a realidade e começar a pensar o que pode ser feito ainda, como empreender novas metodologias e ter mais cuidado com os materiais didáticos, por exemplo".

Mais de 1 milhão de cearenses são analfabetos

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Durante uma década, todos os municípios do Estado apresentaram uma redução em suas taxas de analfabetismo

Em dez anos (2000 a 2010), o Ceará reduziu de 26,5% para 18,8% o índice de analfabetismo de pessoas a partir dos 15 anos de idade. Os dados são do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), baseados no Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do avanço, mais de um milhão de cearenses, nessa faixa etária, ainda não sabem ler e nem escrever um bilhete simples em português, idioma oficial do País, critério básico para ser considerado alfabetizado, segundo o IBGE.
De acordo com o Ipece, em 2000, a população residente de 15 anos ou mais era de 4,9 milhões de habitantes, sendo que 3,6 milhões eram alfabetizadas, representando 73,5% da população e 1,3 milhão analfabetas. Em 2010, os números melhoraram. Para a mesma faixa etária, num total de 6,2 milhões de pessoas, 5,08 milhões sabem ler e escrever, num índice de 81,2% positivo.

Redução
Outros 1,1 milhão ou 18,8% não são alfabetizadas. O Ipece reafirma o constatado pelo IBGE que durante a década, todos os municípios do Estado apresentaram uma redução em suas taxas de analfabetismo, mas é preciso evoluir mais.
Para educadores, melhorias na gestão e no acompanhamento das escolas são fatores essenciais para o avanço positivo dos índices de alfabetização nos 184 municípios. Fortaleza foi um dos que mais apresentaram melhorias. Em 2000, o índice de analfabetos na Capital era de 11,2. Em 2010, esse porcentual caiu para 6,9%.

Melhores
Além de Fortaleza, Pacatuba, com índice de 9,4%; Maracanaú (9,7%); Caucaia (12,9%); Eusébio (13,5%); Crato (15,0%); Maranguape (15,4%); Horizonte (15,7%); Juazeiro do Norte (16,2%) e Sobral (17,0%) apresentaram as menores taxas de analfabetismo em dez anos.
Enquanto que Salitre (39,9%), Granja (38,6%); Coreaú (36,8%); Quixelô (36,8%); Uruoca (36,5%); Graça (35,7%); Croatá (35,5%); Barroquinha (35,5%); Tarrafas (35,5%) e Parambu (35,1%) têm as maiores taxas de analfabetismo no período.
Segundo os dados de 2000, apenas quatro municípios possuíam taxas de analfabetismo inferiores à 20%: Fortaleza, Maracanaú, Pacatuba e Caucaia. Em 2010, 18 municípios apresentaram taxas de analfabetismo inferiores a 20%.
"O que constata a melhoria da situação em nosso Estado. Mesmo que a gente ainda enfrente quadros bem opostas", avalia a doutora em Educação, Maria Teresa Cavalcante.
A família de José Afonso da Silva, do bairro Ellery, vive as duas realidades. O patriarca José Afonso, de 66 anos não sabe ler e nem escrever, enquanto o filho, Pedro Henrique, de 18 anos, sonha em cursar a faculdade de Engenharia.
"Eu tive que trabalhar desde os oito anos de idade, na roça com meu pai, mas faço de tudo para que meus filhos sejam doutores", ressaltou.

LEDA GONÇALVES E JÉSSICA PETRUCCIREPÓRTERES